terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

MAQ_II - Aula 05 - Dispositivos de partida de motores elétricos trifásicos

 Dispositivo de partida é o termo geral para um equipamento com um ou mais contatores que permite a conexão de um motor elétrico trifásico à sua fonte de alimentação principal.

Dispositivos de partida também podem ser usados ​​para limitar a corrente de partida de um motor a um valor aceitável quando conectado à rede elétrica principal. Um valor aceitável é aquele que não perturba o bom funcionamento da fonte de energia, como um gerador, pois isso também perturbaria outros equipamentos da instalação.

Limitar a corrente de partida também limitará o torque de partida de um motor elétrico. Isto pode ser necessário para proteger, por exemplo, uma caixa de redução de velocidades delicada, que poderia se danificar por causa do excesso de força no arranque direto.

Alguns exemplos de dispositivos de partida são: Partidas Diretas; Partidas Estrela Triângulo; Partidas com Autotransformadores; Partidas com Conversores (Soft-Starter) e  Inversores de frequência e Partidas com estrangulamento de alta tensão.

 1.1. Partida Direta 

A maneira mais simples de dar partida em um motor de corrente alternada trifásico é a partida direta on-line. Com este dispositivo o tempo de partida é mínimo, o torque de partida é máximo em plena tensão, mas a queda de tensão provocada na rede elétrica é máxima.

Os valores dos níveis de queda de tensão podem ser calculados quando os dados das cargas são conhecidos, bem como os dados da rede rede elétrica e capacidade dos transformadores e geradores. Em geral, um gerador é capaz de fornecer uma sobrecarga repentina de 50% da sua capacidade nominal de kVA, resultando numa queda de tensão nos terminais do gerador inferior a 15%.

Isto permite mais 5% de queda de tensão na rede de distribuição, para ficar abaixo da queda de tensão máxima permitida de 20% durante a partida de um grande consumidor. A queda de tensão é resultado das capacidades do gerador, pois a carga do motor diesel durante a partida é determinada pelo fator de potência, geralmente inferior a 0,4 durante a partida.

Figura 01 - Partida Direta
No caso de um grupo motor gerador á diesel, deve ser capaz de suportar um passo de carga de 20% ou mais sem uma queda de frequência superior a 10%, que deve ser recuperada em 15 segundos. O requisito mínimo para cargas escalonadas em geradores com motor diesel é de 33%. No entanto, os modernos motores diesel com injeção eletrônica de pressão constante e comumente utilizados têm alguma dificuldade em lidar com tais cargas escalonadas.

Inicialmente na partida direta, uma corrente muito grande (5-8 vezes) flui no motor em plena carga. Essa corrente de surto diminui à medida que o motor acelera até sua velocidade de operação. Esta corrente de partida não causará danos ao motor, a menos que o motor seja iniciado e parado repetidamente em um curto espaço de tempo. 

Exemplo de partida direta: 1. Tensão de entrada; 2. Motor elétrico; 3. Disjuntor motor Q1;  4. Contator K1, 5. Botão Iniciar S2, 6. Botão Parar S1; 7. Fusível de controle F1; 8. Sinalização H1.

Diagrama elétrico de Partida Direta de Motor de Indução Trifásico protegida por disjuntor com comando em 220 Vac está disponível em: 17_11_01 Partida Direta em 220 Vac de Motor de Indução Trifásico  .

1.2. Partida Estrela Triângulo

A partida estrela triângulo é um método muito utilizado, pois é econômico, utiliza tecnologias comprovadas e está amplamente disponível. Esta é uma maneira de reduzir a corrente de partida do motor de indução conectando inicialmente o enrolamento do estator em "Estrela",  e assim que o motor atingir a velocidade (68%) será conectado em "Triângulo".

Um exemplo de partida estrela-triângulo é fornecido abaixo. Para motores grandes, que requerem contatores grandes (K1,K2 e КЗ), esses contatores podem ser alimentados pela tensão primária em vez do transformador de tensão. Os contatores principais mostrados serão então substituídos por contatores auxiliares.

Figura 02 - Partida Estrela Triângulo.
As partidas estrela-triângulo reduzem os valores primários da seguinte forma:

  • Tensão em 1,73;
  • Corrente de partida em 1/3;
  • Torque de partida em 1/3
  • Carga do motor em 1/3.

Exemplo de partida estrela-triângulo: 1. Tensão de entrada; 2. Motor elétrico; 3. Contator temporizador КЗ;  4. Contator K2;  5. Contator K1, 6. Botão Iniciar, 7. Botão Parar; 8. Fusíveis de controle; 9. Relé de tempo e 10. Transformador.
Este método de partida de motor de indução trifásico funciona apenas quando a máquina está levemente carregado durante a inicialização. Se o motor estiver muito carregado, não haverá torque suficiente para acelerar o motor até a velocidade antes de passar para a posição triângulo.
Ao dar partida no motor, o torque da carga é baixo no início da partida e aumenta com o quadrado da velocidade. Quando atinge aproximadamente 80-85% da velocidade nominal do motor, o torque da carga é igual ao torque do motor e a aceleração cessa. Para obter a velocidade nominal é necessária uma mudança para a posição Triângulo. A mudança automática para a condição de operação Triângulo é preferível à mudança manual.   

Diagrama elétrico de Partida Estrela Triângulo de Motor de Indução Trifásico está disponível em:  17_11_06 Partida Estrela Triângulo  .

 1.3. Partidas com autotransformadores
As partidas de autotransformadores são baseadas no método de partida com tensão reduzida, em que a corrente de partida é reduzida proporcionalmente à tensão de partida. O torque de partida, entretanto, é reduzido proporcionalmente ao quadrado da tensão. Isto significa que este método de partida só pode ser usado para partidas com baixo torque (sem carga). Mas quando bem projetado, a potência do motor conectado a este tipo de partida pode ser considerável, às vezes na faixa de MW.
Figura 03 - Partida com Autotransformador.

Um exemplo de partida de baixo torque e alta potência é uma partida para um propulsor de proa onde as pás da hélice são colocadas na posição zero antes da partida. As partidas de autotransformadores normalmente são fornecidas com diversas tomadas de tensão secundárias. Isto permite uma mudança na tensão de partida e no torque de partida durante o comissionamento de um sistema. Os valores destas derivações de tensão secundária estão normalmente na faixa de 55 a 70% da tensão nominal. Valores mais baixos aumentariam o tempo de partida, valores mais altos aumentariam as correntes de partida. Ambos os efeitos são indesejáveis.

Exemplo de partida estrela-triângulo: 1. Tensão de entrada; 2. Fusíveis de força F1; 3. Contator КЗ;  4. Contator K2;  5. Contator K1,  6. Relé Térmico, 7. Motor elétrico; 8. Autotransformador T1; 9. Fusíveis de controle; 10. Botão Iniciar S1, 11. Botão Parar S0; 12 Fusíveis de controle F2; 9. Relé de tempo K4.

Diagrama elétrico de Partida Compensadora de Motor de Indução Trifásico está disponível em: 17_11_08 Partida Compensadora .

1.4. Partida por Soft-Starter
Figura 04 - Partida com Soft-Starter.
A partida por Soft-Starter minimiza os choques mecânicos e térmicos de partida na máquina e no motor. Isso resulta em custos de manutenção reduzidos, menos avarias e, portanto, maior vida útil para ambos. A corrente de partida reduzida é uma vantagem adicional. Em um dispositivo de comutação estática de estado sólido, a tensão pode variar suavemente para qualquer valor necessário, de alto para baixo ou de baixo para alto, sem criar uma condição de transiente aberto. Para motores HT em particular e motores LT grandes em geral, ele fornece uma alternativa mais recomendada em relação a um autotransformador ou uma partida Y/Δ.

Diagrama elétrico de Partida por Soft-Starter de Motor de Indução Trifásico está disponível em: 16_04_29 Partida Suave SSW05 .

© Direitos de autor. 2017: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 21/06/2017.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

MAQ_II - Aula 04 - Energização de Motor de indução com freio de Prony

Uma das importantes invenções científicas de Gaspard de Prony foi o "freio" que ele inventou em 1821 para medir o desempenho de máquinas e motores.
O freio de Prony tem como objetivo medir a força produzida por um motor, para depois calcular o torque produzido e a partir disso calcular a potência, que é (Torque)x(Velocidade Angular) então obter um gráfico de potência por torque. 
Figura 01 - Freio de Prony.
O freio de Prony consiste em um volante fixo ao eixo, que é conectado a um braço que se apoia sobre um medidor de força ou que segura uma balança, o volante é acionado pelo motor e tem o movimento restringido pelas sapatas por meio de atrito, e então transmite o esforço ao braço apoiado sobre o medidor. Esse método mantém uma carga constante independente da rotação empregada pelo motor.
Quando o motor está funcionando, a força de atrito entre o tambor e a faixa aumentará a leitura de força em uma balança. A leitura multiplicada pelo raio do tambor acionado é igual ao torque. Se a velocidade do motor for medida com um tacômetro , a potência do freio é facilmente calculada. O torque é então relacionado ao comprimento da alavanca, ao diâmetro do eixo e à força medida.
A potência de saída em unidades SI pode ser calculada da seguinte forma: Potência rotativa (em newtons-metros por segundo, N·m/s) = 2 π × distância da linha central do tambor (o dispositivo de fricção) até o ponto de medição (em metros , m) × velocidade de rotação (em revoluções por segundo ) × força medida (em newtons , N). 

Potência mecânica

A potência mecânica é definida como sendo a força aplicada sobre um corpo, para deslocá-lo uma certa distância em um determinado intervalo de tempo. 
Figura 02 - Força e Potência.
James Watt foi um engenheiro que celebrizou-se por seu trabalho a respeito e foi o criador dos termos watts e hp (Horse Power).
Em avaliações que ele realizou junto aos cavalos que retiravam carvão das minas, Watt concluiu que em média, cada cavalos era capaz de içar dos fundos das minas, cerca de 330 libras (149.7 kg) de carvão, por uma distância de 100 pés (30.48 metros) em um intervalo de 1 minuto (60 Segundos), ou seja, 33000 lb.ft/min (746,7 W). Tal potência ficou conhecida e é utilizada até hoje, como sendo o equivalente a 1 hp.
O Trabalho e Potência Mecânica de um motor é definido pela força do motor. A Força é o produto da massa pela aceleração, peso é uma força que age sobre a massa pela aceleração da gravidade (g = 9,81 m/s2), sua unidade é N ou Kgf. 

Define-se como trabalho mecânico o produto da força aplicada a um determinado corpo pelo deslocamento do mesmo, sua unidade é o [Nm] ou [J]. O trabalho necessário para elevar um corpo de 150 kgf a uma altura de 30 m é: 4500 Kgf.m

Força, Potencia Mecânica e Elétrica em Motores

Força é o produto da massa pela aceleração, peso é uma força que age sobre a massa pela aceleração da gravidade (g = 9,81 m/s2), sua unidade é N ou Kgf.
Define-se como trabalho mecânico o produto da força aplicada a um determinado corpo pelo deslocamento do mesmo, sua unidade é o [Nm] ou [J]. O trabalho necessário para elevar um corpo de 150 kgf a uma altura de 30 m é: 4500 Kgf.m .
Figura 03 - Potência mecânica.
potência mecânica é o trabalho mecânico realizado na unidade de tempo (1 j/s = 1 watts). A potência mecânica necessária para elevar um corpo de 150 kgf a uma altura de 30 m em 60 segundos é: 75 Kgf.m/s. Como a força (da gravidade) que se opõe ao  movimento é de 9,81 m/s2, temos 75 x 9,81 = 736 Watts = 1 cv.
Para movimentos circulares, a distância é substituída pela velocidade periférica, isto é, pelo caminho percorrido em metros na periferia da peça girante em um segundo.
Onde: v = Velocidade angular em m/s, d = Diâmetro da peça em metros e n = Velocidade em rpm. 

Figura 04 - Potência elétrica ativa.
potência elétrica (P) é calculada pela fórmula ao lado que representa o consumo de energia. Onde: U = tensão da rede em volts; I = intensidade da corrente em amperes e cos* é o fator de potência.
Potência ativa é a parte da potência aparente que é realmente transformada em energia. É obtida do produto entre a potência aparente e o fator de potência. Se a carga for puramente resistiva o cos ϕ = 1, a potência ativa e a potência aparente terão o mesmo valor.
Figura 05 - η (Rendimento)
Fator de potência é indicado usualmente pela expressão  e representa o ângulo de defasagem da tensão em relação à corrente, além de representar a relação entre a potência real P (ativa, efetivamente transformada em trabalho) e a potência aparente S. 
A potência aparente é a soma vetorial da potência ativa e da potência reativa Q, potência esta que não realiza trabalho e é transferida e armazenada nos elementos passivos (capacitores e indutores) do circuito.
rendimento, também conhecido pelo símbolo η, representa a relação entre a potência real ou útil Pu (efetivamente transferida para a ponta do eixo) e a potência total absorvida da rede Pa, ambas são potências ativas. O rendimento é calculado pela fórmula ao lado. Onde: Pu = Potência mecânica e Pa = Potência elétrica.  
Figura 06 - Rendimento.
Rendimento: também conhecido pelo símbolo η, representa a relação entre a potência real ou útil Pu (efetivamente transferida para a ponta do eixo) e a potência total absorvida da rede Pa, ambas são potências ativas. O rendimento indica a eficiência do motor na transformação de energia elétrica em mecânica. Seu valor varia de acordo com a carga do motor. Com pequenas cargas o rendimento é baixo, ou seja, a maior parte da energia consumida é transformada em calor. É importante dimensionar os motores para uma condição de funcionamento entre 75% e 100% do valor nominal, onde estes apresentam valores de rendimento mais elevados, o que proporciona uma redução nos gastos com energia elétrica.
Figura 07 - Escorregamento.
A rotação do motor é calculada pela fórmula ao lado que representa o as rotações por minuto do rotor. Onde: n = velocidade nominal do eixo do motor assíncrono; F. frequência da rede;   P. pares de pólos do motor e S o escorregamento do rotor.
É importante dimensionar os motores para uma condição de funcionamento entre 75% e 100% do valor nominal, onde estes apresentam valores de rendimento mais elevados, o que proporciona uma redução nos gastos com energia elétrica.

Freio de Prony

O dispositivo mais antigo, utilizado até os dias de hoje, para medir a potência do motor é constituído por um volante circundado por uma cinta conectada a um braço cuja extremidade se apoia sobre a plataforma de uma balança. O volante, acionado pelo motor, tem o seu movimento restringido pela pressão aplicada à cinta, que transmite o esforço ao braço apoiado sobre a balança. A partir das leituras da balança, calcula-se o esforço despendido pelo motor. Esse dispositivo é conhecido como FREIO DE PRONY.
Figura 08 - Freio de Prony.
Com os elementos acima, sabendo-se que a periferia do volante percorre, no intervalo de uma rotação, a distância 2π r contra a força de atrito f, aplicada pela cinta, então, em cada rotação, tem-se:
Trabalho=2π rf. O conjugado resistente ao atrito é formado pelo produto da leitura P da balança pelo valor do comprimento do braço de alavanca R e será exatamente igual ao produto r vezes f, conjugado que tende a mover o braço. Logo: r.f=P.R e, em uma rotação, Trabalho = 2π PR. Se o motor funcionar a N rpm, o Trabalho por minuto será dado por: = 2π PRN.
A expressão acima define a potência desenvolvida pelo motor, que pode ser expressa em HP (Horsepower) ou em CV (Cavalo-vapor), dependendo das unidades empregadas.

Aplicação prática com motor de indução trifásico de: 1cv - 1720rpm -220V - 3,8A

Exemplo: Para um motor de potência mecânica a ser calculada, foi medido: raio: r = 42 cm; peso: P = 1 Kgf e rotação: 1720 Rpm.
  • Calculamos: perímetro: p = 2πr => 2 x 3,14 x 0,42 => 2,64 metros; 
  • Calculamos: velocidade: n = (p . rpm)/60 => (2,64 x 1720) / 60 => 75,65 m/s;
  • Calculamos: potência mecânica: P = m x n x g => 1 x 75,65 x 9,81 = 742, 12 Kgf  m2 / s3;
Logo este motor tem a potencia mecânica de: 742,12 Watts .

Neste motor de potência elétrica a ser calculada também foi medido: tensão: V = 220 v; corrente: I = 3,80 A e cos : 0,98.
  • Calculamos: potência elétrica:  P = 1,73 VI cos => 1,73 x 220 x 3,80 x 0,98 => 1419,03 Watts;
  • Calculamos: rendimento: n = (P mecânica / P elétrica) x 100% => 742,12 / 1419,03 = 52,29 %.
A ficha de análise de grandezas elétricas - Medidores digitais – Máquina Ligada a plena carga está disponível em: 23_08_06 FRT - Análise -Tensão Corrente Potência Elétrica em Máquinas com medidores digitais e freio.

Diagrama elétrico disponível em Motor Trifásico com Freio de Prony: 16_04_26 Motor Trifásico com Freio de Prony.

Veja resumo de motores no link:  16_02_001 Manual de Motores Voges.

© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 21/02/2016.

domingo, 11 de fevereiro de 2024

MAQ_II - EX05 - Bobinagem de motor de indução trifásico 36 ranhuras, concêntrico, 4 polos

Dados de placa: Motor de Indução Trifásico
  • Marca: WEG.
  • Modelo: 
    Figura 01 - Diagrama planificado interligado
    Motor de 36 Ranhuras - enrolamento concêntrico.
    B560391
    .
  • Potência: 1CV.
  • RPM: 1725.
  • Categoria: N.
  • Isolamento: B
  • Regime: 1
  • Fator de Serviço: 1,15.
  • Fator de Potência: 0,82.
  • Frequência: 60 HZ.
  • Tensão: 220 / 380 V.
  • Corrente: 3,8 / 2,2 A.
  • IP/IN: 5,6.
  • IP: 21
  • Grau de proteção (IP= 21): 
  • Temperatura:
  • Carcaça:  
Para o enrolamento concêntrico devemos construir grupos de 3 bobinas com 35 espiras cada com tamanhos diferentes, estando os dois  diagramas mostrado planificado e circulas nas figuras 01 e 02 do motor de indução trifásico, lembrando que para montar o motor concêntrico não devemos pular ranhura a cada bobina, e deixar um espação de três ranhura ao centro e todas as bobinas são formadas por grupo de 3 bobinas.

Dados internos do estator trifásico - 4 Polos, 2 bobina por ranhura -  Concêntrico.
Figura 02 - Diagrama circular interligado
Motor de 36 Ranhuras -
enrolamento concêntrico.
  • Tipo de bobinado: Concêntrico. 
  • Número de ranhuras (Nr): 36 ranhuras.
  • Número de bobinas (Nb = Nr ) : 36 bobinas
  • Número de fases (f): (trifásico).
  • Número de bobinas por fase (Nbf = Nb/3): 12 bobinas.
  • Número de polos (Np): 4 polos ( 1725 rpm).
  • Número de bobinas por polo e fase (q = Nb / (Np x f)): 3 bobinas.
  • Passo Polar (Yp = Nr/p)): 9 , 6 e 4 dentes    
  • Passo de Bobina (Yb): 1 a 10, 2 a 8, e 3 a 6
  • Graus elétricos totais ( GET = 180 x Np) : 720 E.
  • Graus elétricos por ranhura ( GEr = GET/Nr ): 20 E
  • Passo de Fase (Yf = 120 / GEr) = 6 dentes.
  • Números de bobinas levantadas (Nbl = Yb-1) = 9 bobinas.
  • Número de espíras = 35 espiras de tres tamanhos diferentes, com média de 345 mm (fio reto da espira).
Há no link em esboço de uma chapa de aço silício do núcleo do motor com 36 Ranhuras para uso no planejamento de distribuição das bobinas do motor a ser montado: 24_03_02 Chapa do Núcleo com 36 Ranhuras
 
O diagrama circular do motor concêntrico com 4 polos e núcleo com 36 ranhuras interligado está disponível em: 24_05_05 Enrolamento Concêntrico Interligado 4 Polos

Referências: Manual de Bobinagem - José Roldán - Hemus Editora Ltda - São Paulo -SP -1993.

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 21/04/2024.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

MAQ_II - EX04 - Bobinagem de motor de indução trifásico 36 ranhuras, concêntrico, 4 polos

 Dados de placa: Motor de Indução Trifásico

  • Figura 01 - Diagrama planificado interligado
    Motor de 36 Ranhuras - enrolamento concêntrico.
    Marca: WEG.
  • Modelo: B560391.
  • Potência: 1CV.
  • RPM: 1725.
  • Categoria: N.
  • Isolamento: B
  • Regime: 1
  • Fator de Serviço: 1,15.
  • Fator de Potência: 0,82.
  • Frequência: 60 HZ.
  • Tensão: 220 / 380 V.
  • Corrente: 3,8 / 2,2 A.
  • IP/IN: 5,6.
  • IP: 21
  • Grau de proteção (IP= 21): 
  • Temperatura:
  • Carcaça:  

Para este tipo de enrolamento concêntrico devemos construir grupos de 2 bobinas sendo a externa com 35 espiras e a externa com 70 espiras cada com tamanhos diferentes, estando os dois  diagramas mostrado planificado e circulas nas figuras 01 e 02 do motor de indução trifásico, 
lembrando que para montar o motor concêntrico não devemos pular ranhura a cada bobina, e deixar um espaço de seis ranhura ao centro e todas as bobinas são formadas por grupo de 2 bobinas, uma de 35 espiras e uma de 70 espiras.

Dados internos do estator trifásico - 4 Polos, 2 bobina por ranhura -  Concêntrico.
  • Tipo de bobinado: Concêntrico. 
  • Número de ranhuras (Nr): 36 ranhuras.
  • Número de bobinas (Nb = Nr ) : 36 bobinas
  • Número de fases (f): (trifásico).
  • Número de bobinas por fase (Nbf = Nb/3): 12 bobinas.
  • Número de polos (Np): 4 polos ( 1725 rpm).
  • Número de bobinas por polo e fase (q = Nb / (Np x f)): 3 bobinas.
  • Passo Polar (Yp = Nr/p)): 9 , 6 e 4 dentes    
  • Passo de Bobina (Yb):  1 a 10 e 2 a 9
  • Graus elétricos totais ( GET = 180 x Np) : 720 E.
  • Graus elétricos por ranhura ( GEr = GET/Nr ): 20 E
  • Passo de Fase (Yf = 120 / GEr) = 6 dentes.
  • Números de bobinas levantadas (Nbl = Yb-1) = 9 bobinas.
  • Número de espíras = 35 espiras de tres tamanhos diferentes, com média de 345 mm (fio reto da espira).
Há no link em esboço de uma chapa de aço silício do núcleo do motor com 36 Ranhuras para uso no planejamento de distribuição das bobinas do motor a ser montado: 24_03_02 Chapa do Núcleo com 36 Ranhuras
 
O diagrama circular do motor concêntrico com 4 polos e núcleo com 36 ranhuras interligado estará disponível em: 24_05_06 Enrolamento Concêntrico Interligado 4 Polos

Referências: Manual de Bobinagem - José Roldán - Hemus Editora Ltda - São Paulo -SP -1993.

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 21/04/2024.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

MAQ_II - EX03 - Bobinagem de motor de indução trifásico 36 ranhuras, imbricado, 4 polos.

Dados de placa: Motor de Indução Trifásico
  • Figura 01 - Diagrama planificado interligado -
     Motor de 36 Ranhuras - enrolamento imbricado.
    Marca: WEG.
  • Modelo: B560391.
  • Potência: 1CV.
  • RPM: 1725.
  • Categoria: N.
  • Isolamento: B
  • Regime: 1
  • Fator de Serviço: 1,15.
  • Fator de Potência: 0,82.
  • Frequência: 60 HZ.
  • Tensão: 220 / 380 V.
  • Corrente: 3,8 / 2,2 A.
  • IP/IN: 5,6.
  • IP: 21
  • Grau de proteção (IP= 21): 
  • Temperatura:
  • Carcaça:  
Para o enrolamento imbricado devemos construir grupos de 3 bobinas com 35 espiras cada, mudando apenas a distribuição das bobinas, lembrando que para montar o motor imbricado não pulamos ranhuras e todas as bobinas são formadas por grupo de 3 bobinas.


Dados internos do estator trifásico - 4 Polos, 2 bobina por ranhura -  Imbricado.
Figura 02 - Diagrama circular interligado
Motor de 36 Ranhuras -
enrolamento imbricado.
  • Tipo de bobinado: Imbricado. 
  • Número de ranhuras (Nr): 36 ranhuras.
  • Número de bobinas (Nb = Nr ) : 36 bobinas
  • Número de fases (f): (trifásico).
  • Número de bobinas por fase (Nbf = Nb/3): 12 bobinas.
  • Número de polos (Np): 4 polos ( 1725 rpm).
  • Número de bobinas por polo e fase (q = Nb / (Np x f)): 3 bobinas.
  • Passo Polar (Yp = Nr/p)): 9 dentes       
  • Passo de Bobina (Yb): 1 a 8
  • Passo da Bobina Fracionário (Ybf  = Yp x 4/5) = 7,2 dentes.
  • Graus elétricos totais ( GET = 180 x Np) : 720 E.
  • Graus elétricos por ranhura ( GEr = GET/Nr ): 20 E
  • Passo de Fase (Yf = 120 / GEr) = 6 dentes.
  • Números de bobinas levantadas (Nbl = Yb-1) = 7 bobinas.
  • Número de espíras = 35 espiras de 345 mm (fio reto da espira).
Há no link em esboço de uma chapa de aço silício do núcleo do motor com 36 Ranhuras para uso no planejamento de distribuição das bobinas do motor a ser montado: 24_03_02 Chapa do Núcleo com 36 Ranhuras

O diagrama circular do motor imbricado com 4 polos e núcleo com 36 ranhuras interligado está disponível em: 24_05_04 Enrolamento Imbricado Interligado 4 Polos

Referências: Manual de Bobinagem - José Roldán - Hemus Editora Ltda - São Paulo -SP -1993.

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 21/04/2024.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

MAQ_II - EX02 - Bobinagem de motor de indução trifásico 36 ranhuras, meio imbricado, 4 polos.

Dados de placa: Motor de Indução Trifásico
  • Figura 01 - Diagrama planificado interligado -
     Motor de 36 Ranhuras - enrolamento meio imbricado.
    Marca: WEG.
  • Modelo: B560391.
  • Potência: 1CV.
  • RPM: 1725.
  • Categoria: N.
  • Isolamento: B
  • Regime: 1
  • Fator de Serviço: 1,15.
  • Fator de Potência: 0,82.
  • Frequência: 60 HZ.
  • Tensão: 220 / 380 V.
  • Corrente: 3,8 / 2,2 A.
  • IP/IN: 5,6.
  • IP: 21
  • Grau de proteção (IP= 21): 
  • Temperatura:
  • Carcaça:  
Para montar o motor meio imbricado devemos pular uma ranhura a cada bobina além de alternar grupos de uma e duas bobinas de 70 espiras.

Observações:
  1. Classe de isolamento B: Temperatura de isolação até 130 graus.
  2. Grau de proteção (IP= 21): Primeiro dígito: 2 - Corpos sólidos - Entra sólidos abaixo de 1 centímetro. Segundo dígito: 1 - Líquidos - Proteção de líquidos na vertical.
Dados internos do estator trifásico - 4 Polos, 1 bobina por ranhura -  Meio imbricado.
  • Figura 02 - Diagrama circular interligado
    Motor de 36 Ranhuras -
    enrolamento meio imbricado.
    Tipo de bobinado: Meio Imbricado. 
  • Número de ranhuras (Nr): 36 ranhuras.
  • Número de bobinas (Nb = Nr/2) : 18 bobinas
  • Número de fases (f): (trifásico).
  • Número de bobinas por fase (Nbf = Nb/3): 6 bobinas.
  • Número de polos (Np): 4 polos ( 1725 rpm).
  • Número de bobinas por polo e fase (q = Nb / (Np x f)): 1,5 bobinas.
  • Passo Polar (Yp = Nr/p)): 9 dentes       
  • Passo de Bobina (Yb): 1 a 8
  • Passo da Bobina Fracionário (Ybf  = Yp x 4/5) = 7,2 dentes.
  • Graus elétricos totais ( GET = 180 x Np) : 720 E.
  • Graus elétricos por ranhura ( GEr = GET/Nr ): 20 E
  • Passo de Fase (Yf = 120 / GEr) = 6 dentes.
  • Números de bobinas levantadas (Nbl = Yb-1) = 7 bobinas.
  • Número de espíras = 70 espiras de 345 mm (fio reto da espira).
Observações:
  1. Como q = 1,5 bobinas por polo e fase devemos montar grupos de uma e duas bobinas de bobinas de maneira alternada como mostrado na figura.
Há no link em esboço de uma chapa de aço silício do núcleo do motor com 36 Ranhuras para uso no planejamento de distribuição das bobinas do motor a ser montado: 24_03_02 Chapa do Núcleo com 36 Ranhuras

O diagrama circular do motor meio imbricado com 4 polos e núcleo com 36 ranhuras interligado está disponível em: 24_04_03 Enrolamento Meio Imbricado Interligado 4 Polos

O diagrama planificado do motor meio imbricado com 4 polos e núcleo com 36 ranhuras interligado está disponível em: 24_05_07 Enrolamento Planificado Meio Imbricado Interligado 4 Polos

Referências: Manual de Bobinagem - José Roldán - Hemus Editora Ltda - São Paulo -SP -1993.

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 21/04/2024.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

MAQ_II - EX01 - Bobinagem de motor de indução trifásico 36 ranhuras, meio imbricado, 2 polos.

 Dados de placa: Motor de Indução Trifásico

  • Figura 01 - Diagrama planificado interligado -
     Motor de 36 Ranhuras - enrolamento imbricado.
    Marca: WEG.
  • Modelo: B560391.
  • Potência: 1CV.
  • RPM: 3480.
  • Categoria: N.
  • Isolamento: B
  • Regime: 1
  • Fator de Serviço: 1,15.
  • Fator de Potência: 0,82.
  • Frequência: 60 HZ.
  • Tensão: 220 / 380 V.
  • Corrente: 3,8 / 2,2 A.
  • IP/IN: 5,6.
  • IP: 21
  • Grau de proteção (IP= 21): 
  • Temperatura:
  • Carcaça:  
Para montar o motor meio imbricado devemos pular uma ranhura a cada bobina além de alternar grupos de uma e duas bobinas de 70 espiras.


Observações:
  1. Classe de isolamento B: Temperatura de isolação até 130 graus.
  2. Grau de proteção (IP= 21): Primeiro dígito: 2 - Corpos sólidos - Entra sólidos abaixo de 1 centímetro. Segundo dígito: 1 - Líquidos - Proteção de líquidos na vertical.
Dados internos do estator trifásico - 2 Polos, 1 bobina por ranhura -  Imbricado.
  • Tipo de bobinado: Imbricado. 
  • Número de ranhuras (Nr): 36 ranhuras.
  • Número de bobinas (Nb = Nr/2) : 18 bobinas
  • Número de fases (f): (trifásico).
  • Número de bobinas por fase (Nbf = Nb/3): 6 bobinas.
  • Número de polos (Np): 2 polos ( 3450 rpm).
  • Número de bobinas por polo e fase (q = Nb / (Np x f)): 3 bobinas.
  • Passo Polar (Yp = Nr/p)): 18 dentes       
  • Passo de Bobina (Yb): 1 a 14
  • Passo da Bobina Fracionário (Ybf  = Yp x 4/5) = 14,4 dentes.
  • Graus elétricos totais ( GET = 180 x Np) : 360 E.
  • Graus elétricos por ranhura ( GEr = GET/Nr ): 10 E
  • Passo de Fase (Yf = 120 / GEr) = 12 dentes.
  • Números de bobinas levantadas (Nbl = Yb-1) = 15 bobinas.
  • Número de espíras = 70 espiras de 365 mm (fio reto da espira).
Observações:
  1. Como q = 1,5 bobinas por polo e fase devemos montar grupos de uma e duas bobinas de bobinas de maneira alternada como mostrado na figura.
Há no link em esboço de uma chapa de aço silício do núcleo do motor com 36 Ranhuras para uso no planejamento de distribuição das bobinas do motor a ser montado: 24_03_02 Chapa do Núcleo com 36 Ranhuras

O diagrama circular do motor meio imbricado com 2 polos e núcleo com 36 ranhuras interligado estará disponível em: 24_05_01 Enrolamento Imbricado Interligado 2 Polos

Referências: Manual de Bobinagem - José Roldán - Hemus Editora Ltda - São Paulo -SP -1993.

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 21/04/2024.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

MAQ_II - Aula 03 - Passo a passo para rebobinagem de motores elétricos

Figura 01 - Ficha de controle.
Este material não tem a pretensão de abordar todas as metodologias existentes envolvendo a manutenção de motores; outras orientações poderão ser utilizadas como forma de aprimorar a organização do trabalho.

Passo 01: Elaborar Ficha de Serviço
Qualquer setor de manutenção deverá possuir uma estrutura organizacional que permita o acompanhamento de todas as ações desenvolvidas desde a chegada do motor até sua liberação, ao término do reparo. Portanto, deverá existir uma ficha de controle de serviço onde serão registradas todas as informações da máquina o que inclui: dados do proprietário, defeito ocorrido, processo no qual estava inserido, tipo de acoplamento, etc.
Ao receber um motor para reparo, o profissional responsável deverá providenciar sua identificação com um código alfanumérico único que será registrado na carcaça e na ficha de controle.
Figura 02 - Retirada da polia.
A seguir, anote todos os dados contidos na placa de identificação do motor. Caso haja falta de dados importantes, deverá ser consultado o catálogo do fabricante.

Passo 02: Inspeção Visual Externa
Faça uma inspeção visual procurando rachaduras, condições da carcaça, tampa, pés e eixo, observando o estado da pintura, incrustações, corrosão, etc.
Apesar do motor possuir uma estrutura resistente, ele também é sensível a: pancadas, quedas, força excessiva e as ferramentas de corte.

Passo 03: Solte polias e Chavetas
Solte os parafusos que prendem a polia ou o acoplamento ao eixo. Efetue a retirada da polia; caso esteja muito apertada, utilize um extrator (saca-polias).
Parafusos e porcas difíceis de desenroscar podem ser soltos com qualquer fluido desengripante existente no mercado, indicado para esta finalidade. Contudo, na falta do produto, podem ser obtidos resultados semelhantes com o uso de querosene. Aplique e deixe-o penetrar, aguardando algum tempo para que ocorra o efeito desejado.
Figura 03 - Retirada da chaveta.
Retire a chaveta, batendo levemente com o martelo. Na medida que a desmontagem é efetuada, coloque as peças retiradas dentro de um recipiente devidamente identificado.

Passo 04: Abra o Motor
Marque a posição das tampas em relação à carcaça antes de retirá-las. Solte os parafusos que prendem as tampas à carcaça do motor.
Golpeie levemente a carcaça e as tampas com um martelo de borracha (ou use um pedaço de madeira entre o ponto a golpear e o martelo). Se a tampa também for suporte para o eixo, o rotor deverá ser protegido. Para isto, use um dispositivo de levantamento (talha, ponte, etc).
Figura 04 - Retirada do rotor.
Assim que uma tampa é retirada de sua posição, um dispositivo de suporte é colocado no entreferro , entre o rotor e o estator.

Passo 05: Renova o Rotor
O rotor deve ser removido pelo lado do ventilador. Tome cuidado para manter o rotor na linha do eixo do estator, durante esta operação, para causar o mínimo de atrito entre eles.

Passo 06: Retire os Rolamentos
A ferramenta usada para sacar o rolamento é semelhante ao saca polias. A diferença básica está nos ganchos do extrator, que devem ser aplicados na pista interna do rolamento. Antes de sacá-lo poderá ser colocado um pouco de óleo quente no rolamento (o calor gera uma dilatação do anel interno reduzindo a pressão existente).
Posteriormente providencie a limpeza do rolamento usando querosene ou outro produto adequado e seque-o usando um pano isento de fiapos e sujeira, e/ou com ar comprimido.
Figura 05 - Retirada do rolamento.
Verifique as superfícies côncavas do rolamento quanto a desgastes. Arranhões e riscos são sinais de anormalidades. Inspecione se há anéis e esferas trincadas ou quebradas. Rolamentos que tenham sido aquecidos em excesso mudam de cor para escuro ou azulado. Gire o anel externo para um lado e para o outro observando se há ruído anormal. Pingue algumas gotas de óleo para facilitar o teste.
Para reposição do rolamento existente ou sua troca por um novo, é necessário usar o método correto na montagem e observar as regras de limpeza para que o rolamento funcione satisfatoriamente. A montagem poderá ser a frio ou a quente, dependendo da situação. Rolamentos pequenos podem ser montados a frio, utilizando-se u a prensa ou um tubo de impacto.
Figura 06 - Tubo de impacto.
Rolamentos maiores são montados a quente utilizando-se banho de óleo ou aquecedor por indução. Quase todos os aquecedores são equipados com um termostato ajustável para facilitar o aquecimento exato dos rolamentos.

Passo 07: Inspeção Visual Interna
Com o motor aberto sem a presença do rotor, faça uma inspeção visual interna registrando avalias encontradas e anotando algumas informações com relação às características construtivas do estator e do enrolamento, tais como:
  • Número de ranhuras;
  • Tipo de enrolamento (imbricado, concêntrico);
  • Número de bobinas por grupo;
  • Número de grupos por fase;
  • Ligação entre grupos de bobinas;
  • Passo de bobina;
  • Passo Polar;
  • Passo de Fase.
  • Número de polos;
  • Lados do estator onde ficam as saídas das fases;
  • Número de fios em paralelo, se houver;
  • Distância entre princípios de fase;
  • Diâmetro do fio.
Passo 08: Desenhe o Diagrama do enrolamento
Figura 07 - Diagrama planificado -
 Motor de 36 Ranhuras - enrolamento imbricado.
Em caso de rebobinagem, desfaz-se o enrolamento anotando os dados acima. Utilizando a placa de identificação e o próprio enrolamento, além de:
  • Tipo de conexão (estrela ou triângulo) ;
  • Número de terminais;
  • Corrente nominal a plena carga;
  • Voltagem nominal;
  • Rotação.
Figura 08 - Aspectos da Bobinagem-
 Enrolamento do estator e grupo de bobinas.
Se persistirem dúvidas, deverá ser consultado o fabricante para confirmação dos dados originais (de fábrica).
Com esses dados coletados, providencie a confecção do diagrama planificado do enrolamento, que deverá ficar anexado à ficha de controle do motor.



Passo 09: Retire o Bobinado
Após esta etapa, inicie a retirada do enrolamento. Na figura 09, ilustra-se graficamente o modo de cortar as bobinas e de tirá-las do chanfro.
Figura 09 - Retirada das Bobinas.
Após retirá-las, conta se o número de fios por bobina 'em várias' bobinas. Contadas várias bobinas, obtém-se a média que fica como número definitivo de espiras.
Procura-se tirar pelo menos um grupo inteiro de bobinas para poder tirar medidas dos moldes e depois Verifica-se se os moldes empregados para outros motores são de medidas apropriadas.
Caso se tenha que fazer moldes, aproveita-se da ocasião para prepara os papelões para os chanfros e para examina a parte mecânica do motor e cuidar da limpeza em geral e de modo especial dos canais.
Figura 10 - Fibras isolantes moldadas.
Para retirada do enrolamento. Não exerça grandes esforços mecânicos sobre o pacote de chapas magnéticas. O aquecimento do bobinado facilita a retirada dos fios sem danificar o estator. O mesmo nunca deve ser feito a base de fogo ou maçarico.
Poderá ser usado aquecimento por estufa com temperatura controlada, não ultrapassando 150o C.
Observe o tamanho da cabeceira das bobinas para confecção do molde, conte o número de espiras e meça a bitola (diâmetro) do fio esmaltado.
A tabela AWG com as características mecânicas e elétricas de fios magnéticos está disponível em: 24_04_11 - Tabela de Fio Magnético AWG
Figura 11 - Medida do diâmetro
do fio magnético.

Passo 10: Faça a Limpeza do Estator
A seguir, inicie a limpeza do estator retirando todo o material isolante presente nas ranhuras e os resíduos de verniz, procurando não danificar as chapas magnéticas. Não utilize a técnica de jateamento, pois poderá afetar o tratamento das chapas magnéticas. Use um solvente para lavagem do estator que não seja prejudicial as chapas. Após o término da limpeza, providencie a secagem em estufa com temperatura controlada.


Passo 11: Confecção das bobinas
Figura 12 - Tamanho original da bobina.
Confeccione as bobinas conforme o projeto original do fabricante, ou seja, conservando o tamanho, o diâmetro do fio esmaltado e o quantitativo de espiras.
Se necessário meça o diâmetro do fio esmaltado com micrômetro, operando o mesmo pela catraca, conforme figura 11. 
O mesmo ocorre com o tamanho da bobina, um método pratico para definição do tamanho dela é, mostrado na figura 12. 
Antes de iniciar a colocação das novas bobinas, providencie novas fibras isolantes para as ranhuras, respeitando as medidas originais e a classe de isolamento do motor.


Passo 12: Molde as fibras e bobinas
Figura 13 - Confecção das Bobinas.
Procure moldar as fibras antes de colocá-las nas ranhuras, evitando a redução de espaço útil e dificuldades na colocação das bobinas. Elas poderão ser dobradas para trás, nas pontas, formando uma bainha de aprox. 5mm, evitando assim o deslizamento do isolante e reforçando, consequentemente, a isolação na borda da ranhura.

Passo 13: Identifique e monte o Bobinado
A disposição das bobinas deverá seguir o diagrama planificado construído inicialmente, segundo o projeto original. A identificação de cada grupo de bobinas poderá ser feita no momento da sua colocação ou após todos os grupos serem colocados (com o decorrer da experiência adquirida, o bobinador define a melhor forma de trabalho).
Figura 14 - Identificação de grupos de bobinas.
Defina as ranhuras a serem ocupadas, em função do passo de bobina e, de acordo com o esquema planificado, tendo o cuidado para que os terminais fiquem do lado que serão executadas as ligações internas. 
Prepare um dos lados da bobina, espalmando os condutores entre os dedos, de modo que o lado da bobina fique com os condutores alinhados. Ao término da colocação de cada bobina nas ranhuras, deverá ser colocada uma fibra isolante final para fixação da mesma. Molde a bobina, pressionando-a com os dedos, para facilitar a colocação das próximas bobinas e melhorar o acabamento final do bobinado.
Caso haja dois lados de bobinas na mesma ranhura, deverá ser prevista uma fibra isolante intermediária, separando cada lado de bobina. Confira o quantitativo de terminais existentes e suas posições no estator.
O diagrama circular do motor meio imbricado com 4 polos e núcleo com 36 ranhuras está disponível em: 24_04_03 Enrolamento Meio Imbricado 4 Polos.
Figura 15 -  Molde as bobinas.
As vezes é necessário o alinhamento das cabeceiras das bobinas, para aumentar o espaço pois é geralmente neste local onde está instalado a ventoinha de ventilação do motor. Faça este alinhamento utilizando o cadarço de amarração. 

Passo 14: Molde fixe a cabeceira das bobinas
Estando tudo Ok, após a colocação de todas as bobinas, providencie a fixação das cabeceiras das bobinas no lado contrário ao dos terminais, utilizando fibra isolante entre os grupos de bobinas e fita ou cadarço isolante para amarração das mesmas.

Figura 16 -  Fixação das cabaceiras das bobinas.
Passo 15: Interligue os grupos de bobinas
A etapa seguinte é a identificação dos grupos de bobinas pertencentes a cada enrolamento e sua respectiva interligação. As emendas devem ser efetuadas com o uso de solda e isoladas com tubo isolante (espaguete) que possua classe de isolamento compatível. Não se esqueça de providenciar a retirada do verniz que recobre o fio antes de efetuar a soldagem.
É importante lembrar que os cabinhos flexíveis que receberão a identificação dos terminais do motor devem possuir classe de isolamento e capacidade de corrente compatíveis com os valores originais do motor. Direcione-os para a caixa de ligação acoplada à carcaça, procurando posicionar as emendas na parte superior da cabeceira das bobinas.

Passo 16: Faça a amarração final
Figura 17 -  Interligação de grupos de bobinas.
Providencie a amarração final, da mesma forma que foi feita no lado oposto, colocando uma fibra isolante entre os grupos de bobinas e ajeitando as emendas e fios terminais na cabeceira das bobinas, evitando os cruzamentos.
Antes da impregnação, o bobinado deverá ser testado para certificar-se que o trabalho está correto.

Passo 17: Execute o teste de continuidade e isolação
Execute o teste de continuidade dos enrolamentos, de isolamento elétrico entre enrolamentos e de cada enrolamento para a carcaça.
Obs: A resistência elétrica de isolamento entre enrolamentos e de cada enrolamento para a carcaça deve seguir a seguinte expressão: Rmínima = Tensão nominal em kV + 1, (em MΩ) 
Figura 18 -  Solda e isolação de grupos de bobinas.

Passo 18: Faça a impregnação do conjunto
Faça a impregnação do conjunto – estator e bobinado, com verniz isolante, esta impregnação tem várias finalidades, tais como:
  • tornar o bobinado mais sólido e resistente a vibrações;
  • preencher todos os espaços vazios o que facilita a dissipação do calor;
  • proteger o bobinado contra umidade e, acima de tudo
  • garantir um perfeito isolamento.
Para obter esses resultados devem ser observados alguns pontos considerados fundamentais ou seja:
  • impregnação por imersão ou a vácuo;
  • viscosidade correta do verniz utilizado;
  • temperatura de secagem ou cura do verniz conforme orientação do fabricante e classe de isolamento do motor;
  • tempo de secagem, segundo fabricante do verniz, dependendo da carcaça do motor e do número de impregnações;
Figura 19 - Amarração final das bobinas.
Temperaturas acima do permissível podem queimar os materiais isolantes; já as temperaturas muito baixas, ou ainda tempo de cura muito reduzido deixam o bobinado pegajoso, sujeito à aderência de pó e outras impurezas, não cumprindo a sua função.
Paralelamente deverá ser verificado o balanceamento do conjunto do rotor e o estado dos mancais. Se necessário, averiguar o tempo de vida útil, tipo de graxa, quantidade e intervalos de lubrificação do rolamento (conforme especificações do fabricante).
Após secagem total do estator, deverá ser providenciada a montagem do motor, observando a colocação correta das tampas laterais.

Passo 19: Monte o motor
Figura 20 -  Impregnação com Verniz.
Na montagem do motor, além do fator limpeza devem ser analisados os aspectos dos demais componentes. Estes, além de limpos e secos devem estar em perfeitas condições de uso. Qualquer componente de aspecto duvidoso deve ser substituído, com o cuidado de manter as características originais do motor, observando a classe de isolamento, grau de proteção e assim por diante.
Os encaixes, furos e roscas devem estar isentos de restos de verniz; isto facilita em muito a montagem.
Após o motor estar em conformidade com as características para as quais foi projetado, efetua-se a pintura de acabamento; deverá ser mantida a cor e as características originais ou poderão ser feitas alterações conforme solicitação do cliente.

Passo 20: Energize o motor
Figura 21 -  Teste de isolação.
Alguns ensaios devem ser efetuados antes da liberação do motor. Basicamente deverá ser feito:
  • ensaio a vazio: medição da corrente nas três fases e da potência absorvida com tensão nominal;
  • medição da rotação a vazio em rpm.
Outros ensaios poderão ser efetuados de acordo com a solicitação do cliente.
Os dados originais de tensão, corrente e consumo a vazio do motor devem ser arquivados e comparados após cada reparo.
Por último o motor será embalado para transporte e colocado a disposição do cliente.

Figura 22 -  Dados da Placa do Motor.
Observações:
  • Existem casos em que o motor apresenta apenas redução na resistência de isolamento. Deverão ser providenciadas sua secagem e uma nova impregnação para recuperar os valores mínimos de isolamento.
  • O emprego da sucção para remoção de impurezas nos enrolamentos é preferível ao sistema de sopro. Existe a possibilidade de danificar as bobinas.
  • Aplique a extremidade da mangueira de um aspirador nas partes expostas dos enrolamentos.
  • Para lavagem dos enrolamentos utilize produtos desengordurantes apropriados que não agridam o pacote de chapas metálicas nem o bobinado.
  • Impurezas muito aderentes podem ser escovadas com suavidade (não use escova de aço). Após a limpeza, seque o estator usando estufa com temperatura controlada. Proceda posteriormente a impregnação usando algum dos métodos já citados anteriormente.
  • Quando um motor fica fora de serviço por períodos prolongados, geralmente absorve umidade suficiente para reduzir a resistência de isolamento a um valor abaixo do limite recomendado pelo fabricante. A aplicação de uma temperatura com cerca de 5o C acima da ambiente é o suficiente para prevenir contra a absorção de umidade. Comumente isto é feito com o uso de resistores de aquecimento.
Se, porém, o motor tiver o enrolamento contaminado por excessiva umidade, será necessário secá-lo. Calor suficiente deve ser produzido a fim de aquecer o enrolamento à temperatura não superior a 80o C quando medida por termômetro, ou 90o C quando medida por sensor de temperatura.
Existem outros métodos de aquecimento do enrolamento. A escolha entre eles é questão de conveniência, flexibilidade, custo e disponibilidade. A aplicação de qualquer um dos métodos, em motores fechados, deve vir acompanhada do uso de ventilação forçada para remoção da umidade.

Ensaios
Teste de Continuidade dos enrolamentos:
  • 1 – 4 :  9, 3 ohms;
  • 2 – 5 :  9, 2 ohms;
  • 3 – 6 :  9, 4 ohms;
Teste de Isolamento:
  • 1 – 4 p/ carcaça: > 100 MΩ ;
  • 2 – 5 p/ carcaça: > 100 MΩ ;
  • 3 – 6 p/ carcaça: > 100 MΩ ;
  • 1 – 4 p/ 2 – 5: > 100 MΩ ;
  • 1 – 4 p/ 3 – 6: > 100 MΩ ;
  • 2 – 5 p/ 3 – 6: > 100 MΩ ;
Energização á vazio:
  • Tensão: 220 V
  • Corrente (Triângulo): 3,2A.
Há também um esboço e um plano de trabalho para desmontar motor disponível em: 24_04_02 Motor de indução trifásico de 1 CV
A tabela AWG com as características mecânicas e elétricas de fios magnéticos está disponível em: 24_04_11 - Tabela de Fio Magnético AWG
Os materiais utilizados na rebobinagem de motores estão relacionados a seguir: 24_04_01 Material para Bobinagem de Motores .
Apostila de Rebobinagem de um Motor Trifásico – Sistema Imbricado está disponível em: 24_03_10 Rebobinagem de um Motor Trifásico – Sistema Imbricado.

Referências: Manual de Bobinagem - José Roldán - Hemus Editora Ltda - São Paulo -SP -1993.

© Direitos de autor. 2024: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 21/04/2024.