segunda-feira, 24 de abril de 2023

Aula 15 - Manutenção com uso de Instrumentos de Medições Analógicos

Os instrumentos de medições elétrica geralmente são usados para fazer acompanhamento em uma instalação elétrica, o monitoramento de uma instalação elétrica é muito importante na prevenção de possíveis  problemas que pode prejudicar um sistema de fornecimento de energia elétrica, podendo assim provocar interrupções de energia  gerando perca na produção ou outros tipos de transtorno.
Os instrumentos de medições pode ser usados em sistema operacional, onde os operadores de painéis usam os mesmos para controlar sua produtividade. Existem diversos tipos de instrumentos de medições , desde os mais simples até os mais sofisticados que são os que se usam na automação.
Os instrumentos de medições mais usados nas montagens mais simples são, medidores voltímetros, medidores amperímetros, medidores horímetros, medidores de temperatura, medidores rpm e outros mais, já em painéis mais sofisticados que é o caso da automação são usados, medidor transmissor de vazão, medidor de nível e outros mais.
Existem medidores analógicos e digitais a gosto do cliente. Existem medidores digitais que possuem varias funções facilitando assim na instalação, ao invés de usar diversos aparelhos, usa um só com várias funções.
Voltímetros analógicos são ideais para montagem em painéis elétrico onde se torna preciso o monitoramento das tensões elétricas,os instrumentos de medições voltímetro analógicos são de fáceis instalações e de fácil entendimento,a escala de medição pode ser dimensionada conforme sua aplicação. A utilização destes tipos de instrumentos de medições em circuito trifásico se torna necessário o uso de uma chave de aferição e uma chave seletora ou pode-se também usar um por fase, fica a critério do seu cliente.
Voltímetros digital são menos usados por ter uma precisão um pouco duvidosa e necessitando de algumas aferições,mas também são muito útil, e de fácil leitura, geralmente estes tipos de instrumentos de medições já sai de fábrica aferidos por seus fabricantes. Os voltímetros digitais são de fáceis instalação em painéis, e de alta visibilidade, facilitando assim seu monitoramento a noite ou em ambiente com deficiência de iluminação, cada instrumento tem sua aplicação.
Amperímetros analógicos tem uma ótima aceitação no mercado,tem boa durabilidade e medições precisas; Os amperímetros tem por objetivo monitorar a corrente de um motor elétrico ou até mesmo de um sistema elétrico operacional completo, estes modelos de amperímetros são muitos usados em quadro de distribuição de baixa tensão monitorando toda a instalação elétrica. Os amperímetros são instalados em painéis elétricos e precisam de um transformador de corrente (TC), para que o mesmo possa fazer a leitura de monitoramento de uma corrente elétrica.
Amperímetros digitais tem a mesma precisão dos instrumentos de medições analógicos, seu uso se torna de grande importância em montagens nos painéis de operação em áreas não automatizadas, sua alimentação é independente 127/220 volts, estes instrumentos de medições também necessita de um transformador de corrente (TC) para que possa monitorar a corrente elétrica, ótima visualização noturno,e de fácil instalação.
Informações gerais sobre Instrumentos Analógicos podem ser obtidos em: Informações Técnicas Gerais .
Indicadores analógicos de painel 
Os indicadores analógicos de painel são instrumentos utilizados em aplicações em que se necessita da indicação de uma grandeza qualquer como tensão, corrente, resistência, temperatura, pressão, etc. São instrumentos de medição onde a corrente elétrica que percorre uma bobina tem uma intensidade que determina a deflexão da agulha. Assim, para usar tais instrumentos basta converter a grandeza desejada em uma tensão ou corrente equivalente (análoga) e aplicá-la ao instrumento, daí a sua denominação “instrumento analógico”. 
A base de funcionamento dos indicadores analógico é um medidor de correntes muito baixas chamado de Galvanômetro de D'Arsonval, o qual consiste de uma bobina que pode ser movimentada e que está colocada entre os polos de um imã. Quando circula corrente pela bobina haverá uma interação entre o campo do imã fixo e do eletroímã fazendo aparecer forças que provocarão um deslocamento da bobina móvel, deslocando junto um ponteiro o qual dará uma indicação no mostrador. O ângulo deslocado será proporcional à intensidade da corrente através da bobina. Se calibrarmos a escala poderemos efetuar uma medida de corrente.
Os principais elementos construtivos de um galvanômetro de bobina móvel são: o mostrador ( escala) e o ponteiro; o imã permanente, a bobina móvel e o sistema de suspensão. As principais características de do aparelho são: resistência interna (Ri) e corrente de fundo de escala ( IGM) e sensibilidade (S). Um instrumento que tem fim de escala de 50mA, terá uma sensibilidade de 1 /50mA = 20KW/V.
1.1 - Escala
A escala é um elemento importante nos instrumentos analógicos, já que é sobre ela que são feitas as leituras. Entre suas muitas características podem-se ressaltar as seguintes:
• Fundo de escala: representa o máximo valor que determinado instrumento é capaz de medir sem correr o risco de danos.
• Linearidade: característica que diz respeito à maneira como a escala é dividida. Quando a valores iguais correspondem divisões iguais, diz-se que a escala é linear (ou homogênea), como aquelas mostradas na figura ao lado. Caso contrário, a escala é chamada não-linear (heterogênea).
• Posição do zero: a posição de repouso do ponteiro, quando o instrumento não está efetuando medidas (zero) pode variar muito: zero à esquerda, zero à direita, zero central, zero deslocado ou zero suprimido (aquela que inicia com valor maior que zero).
Na figura acima são mostrados alguns tipos de escalas que se diferenciam quanto à posição do zero. Costuma-se explicitar a posição do zero através da designação da escala.
Por exemplo: 0 – 200 mA - miliamperímetro, escala com zero à esquerda. 120 – 0 -120 V - voltímetro, escala com zero central. 40 – 0 – 200 V - voltímetro, escala com zero deslocado. 10 – 200 Amperímetro, escala com zero suprimido.
1.2 - Características de Medidores
Os painéis dos instrumentos de medidas analógicos normalmente apresentam gravados em sua superfície uma série de símbolos que permitem ao operador o conhecimento das características do aparelho.
• Tipo de instrumento: Os símbolos para alguns dos principais tipos de medidores são mostrados na tabela onde há a Simbologia de instrumentos de medidas elétricas.
• Tensão de prova: É simbolizada por uma estrela encerrando um algarismo, o qual indica a tensão (em kV) que deve ser aplicada entre a carcaça e o instrumento de medida para testar a isolação do aparelho. Na ausência de algarismo, a tensão de prova é igual a 500 V.
• Posição: Instrumentos de painel usualmente são projetados para funcionamento na posição vertical, porém outras posições podem ser viáveis. A figura ao lado mostra as possíveis posições de instrumentos de painel, bem como a simbologia usada para sua representação. O uso de um instrumento em posição diferente daquela para a qual foi projetado pode ocasionar erros grosseiros de leitura.
• Classe de exatidão: A classe de um instrumento fornece o erro admissível entre o valor indicado pelo instrumento e o valor real, levando-se em consideração o valor do fundo de escala.
É indicada no painel do instrumento por um número expresso em algarismos arábicos. Por exemplo, se amperímetro de classe 0,5 tem amplitude de escala de 0 a 200 mA, isto significa que o erro máximo admissível em qualquer ponto da escala é 1 mA. Portanto, se o aparelho indicar 50mA, a variação admissível será 50 +/- 1 mA; se estiver indicando 150 mA, a variação será igualmente 150 +/- 1 mA.
1.3 - Erros em Medidas
Erros em Medidas é o desvio observado entre o valor medido e o valor verdadeiro. Na prática é impossível eliminar todos os erros e há um valor aceito como verdadeiro. A precisão revela o rigor com que um instrumento de medida indica o valor de uma certa grandeza.
A Exatidão é o limite de erro, garantido pelo fabricante de um instrumento, que se pode cometer em qualquer medida efetuada pelo mesmo, o qual deve ser tomado como uma porcentagem do valor de plena escala de um instrumento. O Valor de Plena Escala é o máximo valor da grandeza que um instrumento pode medir.
Erros grosseiros são ocasionados devidos à falta de atenção, enganos nas leituras e anotações de resultados. São de inteira responsabilidade do operador. Para evitá-los é necessário proceder a repetição dos trabalhos, mas é necessário sobretudo, que se trabalhe com muita atenção.
Erros ligados às deficiências do método, do material empregado ou da avaliação da medida do operador devido á erros de graduação da escala, de ajuste entre pinos e eixos, assim como de componentes elétricos tendem a crescer com a idade do instrumento devido a: Oxidação; Desgaste dos contatos entre peças móveis e fixas.Variação dos coeficientes de elasticidade de molas.
Já os erros de Leitura são devidos a influência do operador e dependem das características do sistema de leitura. São resultados do ângulo de observação (paralaxe) do operador.
Esses erros podem ser limitados usando-se dois ou mais operadores e/ou equipando o instrumento com um espelho junto à escala.
Como exemplo temos: Um Wattímetro, com escala linear, fundo de escala de 1200 watts, com principio de funcionamento eletrodinâmico, utilizado em tensão alternada de até 1000 volts na posição vertical, com erro máximo de 6 watts.
2 - Tipos de Medidores
2.1 - Sistema ferro Móvel
Medidores de ferro móvel
Os medidores de ferro móvel podem ser utilizados para medir CC ou CA de baixa frequência, podendo ainda ser utilizados para medir formas de onda não senoidais.
Estes medidores possuem baixa classe de exatidão, por isso, são medidores mais baratos. É comum encontrá-los nos painéis de equipamentos como estabilizadores e geradores elétricos. O galvanômetro de ferro móvel é composto de: parte móvel conectada ao ponteiro, elemento ferro magnético fixo, elemento ferro magnético móvel e bobina fixa que recebe a corrente a ser medida.
Funcionamento: a bobina de excitação (4) é onde é aplicada a corrente a ser medida; o material ferroso, sobre o qual a bobina é enrolado é fixa; quando uma corrente circula na bobina, o material ferroso transforma-se num eletro imã gerando um campo magnético, que aparece ao redor e por dentro do tubo. Este campo magnético provoca o movimento da parte móvel (3) que é inserida dentro da parte fixa, tendo liberdade de girar em seu interior. A parte de ferro móvel (3) é acoplada a um ponteiro que gira na frente de uma escala graduada e a estrutura deste ponteiro é preso a uma mola fixa (1) para amortecimento. Desta forma, quando a corrente é aplicada à bobina de excitação, provocará o giro do ponteiro até o ponto em que a força aplicada ao ferro móvel for equilibrado pela reação da mola. Neste ponto o ponteiro para e a leitura poderá ser feita. Quando a corrente é retirada da bobina de excitação, a mola exercerá uma força no ponteiro, trazendo-o de volta à origem. O Sistema Ferro Móvel é utilizado para a medição de tensão e corrente alternada senoidal. As escalas dos instrumentos ferro móvel não são lineares e tem seu início suprimido entre 10 e 20% do final da escala, sendo sua melhor faixa de visualização entre 30 e 80% do valor final.
Os instrumentos usados na medição de corrente alternada classe 1,5 podem ter o valor do campo de medição (escala) dotados de uma faixa de sobrecarga de campo para suportarem picos de curta duração sem danificar o ponteiro (geralmente em partidas de motores), tendo como padrão o valor de 2 X o valor do campo de medição (escala) a ser utilizada. São utilizados também com TC "transformador de corrente" ( ... .I5A) e TP "Transformador de Potencial" ( ... .1110, 220V).
Informações sobre Instrumentos Analógicos do tipo Ferro Móvel podem ser obtidos em: Instrumento Tipo Ferro móvel .
2.1.1 Atração com Núcleo Mergulhador
Os Instrumentos de Atração com Núcleo Mergulhador é uma variação dos instrumentos de Ferro Móvel são também conhecidos como instrumentos ferromagnéticos ou eletromagnéticos. O seu princípio de funcionamento é baseado na ação do campo magnético, criado pela corrente a medir percorrendo uma bobina fixa, sobre uma peça de ferro doce móvel.
Neste instrumento (ferro móvel) de “atração” ou de “núcleo mergulhador”, a corrente I circulando pela bobina fixa, faz surgir um campo magnético que atrai o núcleo de ferro doce, dando uma leitura proporcional a corrente circulante.
3.1.2 - Instrumentos de Repulsão
Os Instrumentos de Repulsão são uma variação dos instrumentos de Ferro Móvel são também conhecidos como instrumentos ferromagnéticos ou eletromagnéticos.
O seu princípio de funcionamento é baseado na ação do campo magnético, criado pela corrente a medir percorrendo uma bobina fixa, sobre uma peça de ferro doce móvel.
A corrente i, ao percorrer a bobina fixa, imanta as duas lâminas de ferro doce A1 e A2 no mesmo sentido, criando assim uma força de repulsão entre elas. A1 é fixa à bobina e A2 é móvel e solidária ao eixo, ao qual está também solidário o ponteiro.


2.2 - Medidores de Bobina Móvel
O arranjo básico de um medidor de bobina móvel é composto de um eletroíma (bobina móvel), fixado a um eixo que pode girar. O ponteiro é preso a este eixo, e um ímã permanente é colocado próximo ao eletroíma, fixo à carcaça. Quando a corrente elétrica é estabelecida no fio que forma o eletroíma, este criará na região um outro campo magnético, havendo uma superposição desse campo com o criado pelo ímã na região.
A força magnética de interação entre o ímã permanente e o eletroíma moverá este último por estar fixado ao eixo móvel, deslocando consigo o ponteiro. Como a intensidade da força magnética depende da corrente elétrica, o ponteiro gira mais quanto maior for a corrente. Ao girar, o eletroíma comprime uma mola de formato espiral; assim, o ponteiro estabiliza-se quando as forças magnética e elástica se equilibram.  Esse conjunto, funcionando dessa maneira, é denominado galvanômetro. Ele está presente em todos os medidores elétricos que utilizam ponteiros, como medidores de tensão (voltímetros) e de corrente elétrica (amperímetros). Quando um galvanômetro é utilizado para medir a corrente elétrica em um circuito, o fio do eletroíma deve ser conectado em série a ele. Para medir tensão em um circuito, o eletroíma deve ser conectado em paralelo a ele.
O medidor de bobina móvel é usado na medição de tensão e corrente contínua. Como a deflexão é proporcional a corrente, as escalas são lineares e o sentido da corrente determina (positivo ou negativo) o sentido do movimento do ponteiro. O zero pode ser deslocado para qualquer posição da escala (zero central ou zero suprimido). Devido a alta sensibilidade deste sistema, ele é indicado para onde uma pequena variação pode influenciar no resultado de uma medição, induzindo a erros. Este medidores são utilizados com Shunts em paralelo para ampliar a escala de valores medidos.
O sistema de medição eletrodinâmico consiste de uma bobina móvel (Bb) e uma fixa (Ba).
Perante a passagem de determinada corrente, as bobinas apresentarão a mesma polaridade e assim levarão o ponteiro à deflexão, por repulsão.
A corrente que alimenta a bobina móvel é levada a esta por meio de 2 molas espirais, que, simultaneamente, desenvolvem uma força contrária ao deslocamento angular. Numa inversão do sentido da corrente, ambas as bobinas invertem ao mesmo tempo a sua polaridade. Com isto, as condições de repulsão entre as bobinas não se alteram e a deflexão do ponteiro se dá sempre para o mesmo lado. Por esta razão, o instrumento pode ser utilizado tanto em corrente contínua quanto alternada.
Informações sobre Instrumentos Analógicos do tipo Bobina Móvel podem ser obtidos em: Instrumento Tipo Bobina Móvel .
2.3 - Medidores Eletrodinâmicos
A principal aplicação deste tipo de instrumento é encontrada nos medidores de potência (Wattímetros). ϕ. O amortecimento é obtido por uma câmara com ar, tal como no instrumento de ferro móvel.
Como a potência é obtida do produto da tensão pela corrente, a bobina fixa é dimensionada como bobina de corrente, e a móvel como de tensão. A potência, em watts, pode assim ser obtida diretamente por simples leitura.
Na medição de potências em corrente alternada, a potência indicada é a potência útil, porque apenas aquela parte da corrente efetuará um trabalho, que estiver em fase com a tensão, e assim seu valor P = U x I x cos
Às vezes são empregados instrumentos de medição blindados por uma chapa de ferro, para evitar influências magnéticas presentes no ambiente externo.
Neste tipo, a bobina fixa é montada dentro de um anel de ferro fechado e laminado, evitando-se assim a formação de correntes parasitas. A precisão do instrumento é menor devido ao ferro.
Informações sobre Instrumentos Analógicos do tipo Eletrodinâmicos podem ser obtidos nos links: 01 - Instrumento do Tipo Wattímetro e 02 - Instrumento do Tipo Cossifímetro .
2.4 - Medidores de Lâminas Vibratórias
Os Indicadores para Frequência (Hz) com Sistema de Lâminas Vibratórias são usado para medição de frequência.
Este sistema consiste em um conjunto de lâminas montadas longitudinalmente a uma bobina que através de corrente alternada produz um campo magnético alternado que causa vibração das lâminas por ressonância. A vibração de cada lâmina corresponde a frequência da corrente alternada. A medição é feita através de ligação direta F/F ou F/N. As Lâminas são fabricadas de aço temperado, cobreada e calibradas cada uma à ressonância indicada na escala. O intervalo de frequência entre as linguetas é de 0,5 Hz.
Assim a frequência da rede elétrica a ser medida é ligada á uma bobina e cria o movimento oscilatório de igual frequência em uma bobina, denominando-se excitador ao primeiro sistema (bobina) e ressonante ao segundo (lâmina). A lâmina de aço submetida à influência de um campo magnético alternado vibrará com amplitude máxima quando a frequência do campo magnético coincida com a frequência própria da ressonância da lingueta.
Estas lingüetas possuem as extremidades anteriores dobradas e de cor branca, ajustando-se mecanicamente para que possuam diferentes freqüências de oscilação própria, dispondo-se uma ao lado da outra. Se são excitadas mediante um campo alternado de um eletroímã, por ressonância, oscilará com a máxima intensidade a lingueta, cuja freqüência própria coincida com a da corrente excitante. As lingüetas vizinhas oscilam também, mais ou menos, de maneira que, segundo seja o aspecto da oscilação do conjunto, permite realizar uma leitura direta ou tomar um valor médio da frequência medida.
Informações sobre Instrumentos Analógicos do tipo Lâminas Vibratórias podem ser obtidos em: Instrumento Tipo Lâminas Vibratórias .
2.5 - Medidores de Fio Térmico de Dilatação
Instrumentos com fio térmico utiliza-se a dilatação ,devido ao calor, de um fio fino, fixado a uma mola e a uma bobina.
A dilatação ou contração do fio movimenta o ponteiro.
O calor dissipado varia com o quadrado da corrente que passa pelo condutor. Desta forma a escala não é linear.
Uma das aplicações dos instrumentos de medida com Fio Térmico de Dilatação para medida de intensidade e de tensão em corrente contínua e alternada está ilustrado ao lado e é composto de : Mola (1), Amortecedor eletromagnético (2) e Fio Térmico (3).
Informações sobre Instrumentos com Fio de Dilatação podem ser obtidos em: Descritivo Sistema Bimetálico .

2.6 - Medidores Bimetálicos
Os Medidores Bimetálicos baseiam-se no fenômeno da dilatação linear dos metais com variação da temperatura. Uma das aplicações é o Termômetro Bimetálico, que consiste em duas lâminas de metais com coeficientes de dilatação diferentes sobrepostas, formando uma só peça , variando-se a temperatura do conjunto, observa-se um encurvamento que é proporcional à temperatura.
A dilatação acontece quando uma barra de metal ligada a outra barra de metal diferente são aquecidas ou esfriadas, resultará diferentes alterações nos comprimentos que irá produzir um arqueamento da barra. Os mais usados e precisos termômetros desse tipo exploram a diferença de dilatabilidade entre materiais como latão, ferro e cobre, etc. Para isso, constroem-se lâminas bimetálicas (AB) de forma espiraladas que se curvam, conforme aumentam ou diminuem a temperatura. Nesse movimento, a lâmina arrasta, em sua extremidade, um ponteiro (C) que percorre uma escala graduada (D) onde é realizado a leitura da temperatura.
Este arquivo está disponível em: Instrumentos Analógicos de Painel.pdf

A ficha de análise de grandezas elétricas - Medidores Analógicos – Máquina Ligada está disponível em: 23_08_003 FRT - Análise -Tensão Corrente Potência Elétrica em Máquinas com medidores analógicos.

© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 08/08/2023

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Aula 14 - Energização de Transformador Trifásico


1. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
A transmissão de energia elétrica só é economicamente viável se feita em tensões elevadas. Primeiramente, através de transformadores, a tensão é elevada a 88kV. Então, ela é transportada por meio de linhas de transmissão até uma subestação central. Nessa subestação, com o auxílio de transformadores, a tensão é de novo reduzida para 13,2kV ou 23kV ou outro valor adequado.
O consumo de energia se faz, pois, em baixa tensão. Assim, antes de ser distribuída, a tensão é reduzida outra vez nas subestações.
A distribuição em baixa tensão se processa nas tensões de 110/220V e 220V e varia de cidade para cidade, dependendo da concessionária fornecedora de energia. Cada um desses valores requer um tipo de transformador apropriado a essa distribuição. Isso significa que a distribuição das tensões de 110/220V é realizada por transformadores monofásicos. Já a distribuição das tensões 127/220V se faz por transformadores trifásicos com secundário ligado em estrela ou em triângulo.
Vão surgir diferenças entre vários tipos de transformadores trifásicos, devido às formas como se ligam os primários e os secundários: em estrela, em triângulo e em zig-zag. As várias combinações possíveis produzem no secundário sistemas trifásicos com diferentes valores de tensões simples e compostas e diferentes desfasamentos, que são identificados e denominados abaixo.

2 - TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS
O transformador trifásico pode ser visto como um conjunto de três transformadores monofásicos. Temos então três primários e ao menos três secundários que terão de trabalhar juntos. Para trabalharem juntos, existem alguns cuidados a serem tomados e observados a serem feitas, e a partir destas, podemos estabelecer padrões de ligação para o transformador trifásico e denominar esses padrões de ligação. O funcionamento dos três conjuntos primário-secundário é semelhante ao do transformador monofásico.
Como já sabemos, o transformador é o equipamento que permite rebaixar ou elevar os valores de tensão ou corrente CA de um circuito. Seu principio de funcionamento baseia-se no fato de que uma tensão é induzida no secundário quando este é cortado pelo fluxo magnético variável gerado no primário.
O transformador é formado basicamente pelo Núcleo e pelas bobinas (primária e secundária).
O núcleo constitui o circuito magnético do transformador. É uma peça metálica construída com chapas de ferro-silício isoladas entre si e sobre a qual são montadas as bobinas.
Os transformadores trifásicos, usados na distribuição de eletricidade, têm as mesmas funções que o transformador monofásico: abaixar ou elevar a tensão.
Trabalham com três fases e são de porte grande e mais potentes que os monofásicos.
O núcleo dos transformadores trifásicos também é constituído de chapas de ferro-silício. Essas chapas possuem três colunas que são unidas por meio de duas armaduras. Cada coluna serve de núcleo para uma fase onde estão localizadas duas bobinas, uma primária e outra secundária. Por essa razão, esses transformadores tem no mínimo seis bobinas, três primárias e três secundárias, isoladas entre si.
As bobinas das três fases devem ser exatamente iguais. Num transformador trifásico, cada fase funciona independentemente das outras duas como se fossem três transformadores monofásicos em um só. Isso significa que três transformadores monofásicos exatamente iguais podem substituir um transformador trifásico.
Esse sistema é mais econômico, pois facilita os serviços de manutenção, reparação e aumento de capacidade do banco de transformadores. A ligação inicial de dois transformadores seja acrescentado quando houver aumento de carga.

3. TIPOS DE LIGAÇÃO DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS
As ligações entre as três fases do transformador trifásico podem ser feitas de duas maneiras:
Ligação em estrela ( Y )
Ligação em triângulo ( Δ )
As ligações em estrela e em triângulo são executadas tanto no primário quanto no secundário do transformador. Nos diagramas, as letras H e X representam respectivamente o primário e o secundário, enquanto as extremidades dos enrolamentos são identificados por números.
Grupo A: quando a tensão do secundário está em fase com
a tensão do primário.
As ligações do primário e do secundário podem ser combinadas de várias formas:
Em estrela no primário e em estrela no secundário;
Em triângulo no primário e em triângulo no secundário
Em estrela no primário e em triângulo no secundário e vice-versa
Quando é necessário equilibrar as cargas entre as fases do secundário, emprega-se a ligação em ziguezague.
Se, por exemplo, a fase 1 do secundário estiver recebendo mais carga, esse desequilíbrio será compensado pela indução das duas colunas onde a fase 1 está distribuída.

Para que as combinações de ligações sejam realizadas, os transformadores são divididos em dois grupos:
Grupo A: quando a tensão do secundário está em fase com a tensão do primário;
Grupo B: quando a tensão do secundário está defasada em 30º.
Dois transformadores de um pequeno grupo podem ser ligados em paralelo, desde que exista entre eles correspondência de tensão e impedância.
Grupo B: quando a tensão do secundário está defasada em 30º.
Transformadores de grupos diferentes não podem ser ligados em paralelo.
Na tabela abaixo são apresentadas as interligações dos enrolamentos, a relação de transformação e os tipos de ligação que podem ser feitos com os transformadores do grupo A.
Para verificar se as ligações estão corretas, alimenta-se o transformador pelos lides ou terminais de tensão mais elevada com uma fonte de corrente trifásica apropriada. Em seguida, ligam-se os terminais H1 e X1 respectivamente entre si (curto-circuito).
Finalmente, mede-se a tensão entre os vários pares de terminais. O resultado deve ser o seguinte:
Tensão entre H2 e X3 igual á tensão entre H3 e X2;
Tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H1 e X2;
Tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H2 e X3.
Na tabela a seguir, são apresentadas as interligações dos enrolamentos, a relação de transformação e os tipos de ligação que podem ser feitos com os transformadores do grupo B.
Observação
NH = número de espiras do primário
NX = número de espiras do secundário
Para verificar se as ligações estão corretas, alimenta-se o transformador pelos terminais de tensão mais elevada com uma corrente trifásica apropriada. Em seguida, ligam-se os terminais H1 e X1 entre si.
Finalmente, mede-se a tensão entre os vários pares de terminais. O resultado deve ser o seguinte:
Tensão entre H3 e X2 igual á tensão entre H3 e X3;
Tensão entre H3 e X2 menor que a tensão entre H1 e X3;
Tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H2 e X3;
Tensão entre H2 e X2 menor que a tensão entre H1 e X3.

4. RESFRIAMENTO DE TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS
Os transformadores, quando em funcionamento, apresentam uma pequena perda que também se manifesta sob a forma de calor. Assim, quanto maior a potência consumida, maior é a geração de calor dentro do transformador.
Como a temperatura elevada traz danos irreparáveis ao funcionamento do transformador, deve-se mantê-la dentro de limites seguros.
Segundo a norma ABNT (EB91), existem dois tipos de resfriamento: A seco e Com líquido isolante
4.1. TRANSFORMADOR COM RESFRIAMENTO A SECO
Segundo a norma EB91, “transformador a seco é o transformador cujos núcleo e enrolamento estão envoltos e refrigerados pelo ar do ambiente”.
Dentro desse grupo estão todos os pequenos transformadores e os de baixa potência nos quais a troca de calor é feita com o ar.
Para os transformadores desse grupo que necessitem de maior refrigeração, usam-se ventiladores que forçam a circulação do ar. Isso acontece em aparelhos eletrônicos como microcomputadores, por exemplo.
4.2. TRANSFORMADOR EM LÍQUIDO ISOLANTE
De acordo com a EB91, “transformador em líquido isolante é o transformador cujo núcleo e enrolamento são imersos em líquido isolante”. Esse líquido isolante exerce duas funções: isolação e resfriamento, pois transfere para as paredes do tanque o calor produzido.
Para cumprir essas funções, o óleo refrigerante deve possuir: Elevada rigidez dielétrica; Boa fluidez e Capacidade de funcionamento com temperaturas elevadas. O líquido isolante que possui essa característica é o óleo mineral.
Observação: Existe também um óleo chamado ascarel, mas seu uso é proibido porque é altamente tóxico e, portanto, prejudicial à saúde. Os transformadores que necessitam desse tipo de resfriamento são os trifásicos de grande potência usados na rede de distribuição de energia elétrica.

O Diagrama elétrico para energização pode ser baixado em: Aula 04 -Energização de Transformadores Trifásicos.

No link a seguir há exercícios de transformadores trifásicos:  21_08_02 Exercícios de transformadores Trifásicos.

A ficha de análise de grandezas elétricas - Multímetro – Transformador trifásico está disponível em: 23_08_09 FRT - Análise -Tensão Corrente e Potência Elétrica em Transformador trifásico  com Multímetro.

© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 10/09/2023

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Aula 13 - Energização de Varivolt Trifásico

Esse tipo de autotransformador pode ser empregado na produção de uma tensão CA variável a partir de uma fonte de tensão CA fixa. Este tipo de   autotransformador variável é geralmente usado em laboratórios científicos em escolas e faculdades. Sendo comumente conhecido como Variac.

A construção de um autotransformador variável, ou variac, é a mesma do tipo fixo. Um único enrolamento primário enrolado em torno de um núcleo magnético laminado é usado como primário fixo. Em contrapartida, o TAP em vez de ser fixado em algum ponto é montado de forma variável. Ou seja, a tensão secundária pode ser variada através de uma escova de carbono tocando o primário. Essa escova de carbono desliza ao longo de uma seção exposta do enrolamento primário, fazendo contato com ela à medida que ela se move, fornecendo o nível de tensão necessário. Em outras palavras, um autotransformador variável contém uma derivação variável.

O autotransformador variável é geralmente projetado com um número alto de espiras. Dessa maneira, é possível produzir uma tensão secundária de alguns volts até frações de um volt. Isso é conseguido porque a escova ou o controle deslizante de carbono está sempre em contato com uma ou mais voltas do enrolamento primário. Como as bobinas primárias estão uniformemente espaçadas ao longo de seu comprimento, a tensão de saída se torna proporcional à rotação angular.

A ficha de análise de grandezas elétricas - Alicate Amperímetro – Varivolt trifásico está disponível em: 23_08_18 FRT - Análise -Tensão Corrente e Potência Elétrica em Varivolt trifásico  com Alicate Amperímetro.

© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 20/08/2023

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Aula 12 - Energização de Auto Transformador

Figura 1 – Autotransformador.
Apesar do nome, o autotransformador de partida nada mais é do que um divisor indutivo, tendo características bem diferentes daquelas de um transformador convencional, no que diz respeito ao seu projeto, apesar da semelhança de aspecto, por conter núcleo ferromagnético e enrolamentos e, consequentemente, também apresentar as preocupações com a corrente de magnetização.

Entretanto, uma das principais diferenças é que sua operação se dá durante um curto período, somente quando da partida do motor, para depois se tornar inativo no circuito. Com base nisso, o projetista de um autotransformador de partida tem uma boa oportunidade para economizar, com a devida segurança, uma boa quantidade de material condutor dos enrolamentos. 

Senão, vejamos o caso de um autotransformador de partida com, digamos, derivações de 65%, 80% e 100 % da tensão nominal, e que esses três valores sejam utilizados, durante a partida de um motor de indução. Assim, de início, se energiza o estator do motor com 65 % da tensão nominal, o que faz com que em 35 % do enrolamento do autotransformador circule uma corrente com amplitude de cerca de 65 % da corrente de partida nominal. Portanto, ainda alta, pois convém lembrar que a amplitude da corrente de partida nominal é cerca de 7 a 9 vezes a corrente nominal de regime. 

Figura 2 – Autotransformador
com derivação de 65%.

Então, após alguns segundos, a partir de ajuste feito no circuito de comando, as derivações do autotransformador são alterados para aplicar 80 % da tensão nominal ao estator do motor, o que faz com que corrente de partida já não passe mais em 65 % do enrolamento, mas em apenas 20 % dele. Entretanto, pelo fato do motor já estar em movimento, essa corrente é menor do que 80 % da corrente nominal de partida, sendo, portanto, considerada mediana. Por fim, após mais alguns segundos, a tensão plena, 100% da nominal, é aplicada ao estator do motor e o autotransformador é retirado de operação, pelo circuito de comando.  

As Figuras 2 e 3 permitem visualizar essas mudanças de derivações de 65 % e 80 % com a respectiva divisão da corrente do estator pelos enrolamentos do autotransformador. Figura 2 – Partida de motor de indução com autotransformador de partida – Tensão inicial de 65 % da nominal, com corrente de partida (alta) circulando por apenas 35 % do enrolamento. Figura 3 – Partida de motor de indução com autotransformador de partida – Tensão comutada para 80 % da nominal, fazendo com que uma corrente ainda de partida e mediana circule por 20 % do enrolamento.

Figura 3 – Autotransformador
com derivação de 80%.
Desta forma, se nota que 20 % do enrolamento de cada fase deve ser dimensionado para a circulação de uma considerável corrente durante todo intervalo de tempo de partida, enquanto que 65 % deve ser dimensionado para uma corrente leve, apenas magnetizante, pelo mesmo intervalo de tempo. 15% do enrolamento fica então sujeito a uma elevada corrente, mas por um intervalo de tempo mais curto, ainda.  Obviamente, este comportamento vai permitir subdimensionar os condutores da cada uma das porções do enrolamento, para uma maior densidade de corrente, permitindo um ganho significativo em ternos de material condutor. Invariavelmente, cobre. 

Para a correta “dosagem” desse sub dimensionamento, a utilização de software de projeto torna-se cada vez mais e decisiva, permitindo que projetistas dependam menos de uma larga experiência para realizar projetos muito bem adequados e seguros. Ainda assim, o conhecimento da natureza da carga a ser acionada pelo motor também pode ser muito importante, pois definirá o intervalo de tempo de aceleração do motor a, até que ele atinja o regime permanente e o autotransformador saia de operação.

Figura 4 – Autotransformador
com derivações.
Adicionalmente, convém apontar um importante problema inerente aos autotransformadores de partida, que é o evento de cada chaveamento, correspondente à mudança de deriação. Isso porque, devido à natureza indutiva intrínseca aos enrolamentos, a interrupção de sua corrente provoca sobre tensões elevadas, que podem danificar os enrolamentos do autotransformador. Essas sobre tensões, de natureza transitória, provocam uma elevada concentração de campo elétrico nas espiras posicionadas nos extremos de cada enrolamento, que pode danificar o equipamento, definitivamente. Neste caso, é interessante saber que são os enrolamentos contínuos que dão origem a capacitâncias elevadas, que é que predominam na distribuição dessa tensão transitória ao longo dos enrolamentos.  

A ficha de análise de grandezas elétricas - Alicate Amperímetro – Autotransformador trifásico está disponível em: 23_08_17 FRT - Análise -Tensão Corrente e Potência Elétrica em Autotransformador trifásico  com Alicate Amperímetro.

© Direitos de autor. 2016: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 20/08/2023